Geografia da Palestína: O território da Palestina, é reativamente pequeno, tendo aproximadamente 150 km de norte a sul e 70 km de largura em média, sendo minúsculo em tamanho, mas, gigante em relevância para a história da humanidade.
A Palestina nos tempos de Jesus: É difícil tirar todo o proveito da leitura dos evangelhos e não conhecermos alguma coisa da terra, ambiente e mecanismos da sociedade e da cultura em que Jesus viveu há dois mil anos atrás, Jesus viveu na Palestina, uma pequena faixa de terra, com área de 20 mil quilômetros quadrados., correspondente ao tamanho do estado de Sergipe.
A Palestina é dividida de alto a baixo por um cadeia de montanhas que muito influi no seu clima. Com efeito, na parte oeste, o vento frio do mar, ao chocar-se com a parte montanhosa, provoca chuvas freqüentes, beneficiando toda a faixa costeira.
Jerusalém:Nos tempos do primeiro século, Jerusalém contava com aproximadamente 50.000 habitantes, sendo um dos principais centros da época, e esta situada no extremo de um planalto, a 760 m acima do nível do mar mediterrâneo e 1145 m acima do nível do mar morto. Por ocasião das grandes festas, chegava a receber 180.000 peregrinos.
Tensões culturais:Segundo o doutor Merrill Tenney: “O Mundo do primeiro século se apresentava como um tumulto e culturas conflitantes” - 2
Economia da Palestina:As atividades que formam a base da economia no tempo de Jesus são duas: a agricultura e a pecuária (junto com a pesca) de um lado, e o artesanato, de outro.
Circulação dos produtos comerciais:A circulação de toda mercadoria produzida, tanto na agricultura, como no artesanato, forma outra grande atividade econômica: o comércio. Este se desenvolve mais nas cidades e está nas mãos dos grandes proprietários de terras. Nos povoados, o comércio é reduzido e o sistema é mais de troca.
Na Palestina do primeiro século as classes sociais eram divididas a grosso modo entre ricos e pobres, não havia uma classe média em termos efetivos, mas estavam assim divididas
Os escravos: Muito embora em pequena escala, mas os escravos existiam no contexto social da Palestina e havia três categorias: A)servos assalariado, jornaleiro ( Misthoi); B) Servos (Gr.Doulos); C) Criados (Gr. Paides).
A religião judaica estava bastante estratificada na Palestina do primeiro século. O Israel do 1º século possuía uma gama de facções e grupos étnico-filosófico-político-religiosos que promoviam uma nação fragmentada
Os saduceus: Grupo dos sacerdotes, é formado pelos grandes proprietários de terra ( anciãos) e pelos membros da elite sacerdotal. Embora não se relacionassem diretamente com o povo, eram intransigentes em relação a ele, e viviam preocupados com a ordem publica, sendo estes os principais responsáveis pela morte de Jesus. No campo religioso, eram mais liberais do que os fariseus e muitos deles não acreditavam em vida pós-morte, céu, inferno e nem em anjos ou demônios.
Doutores da Lei ( Escribas): O Grupo dos doutores da lei, era composto pelos mestres da época e o seu grande poder reside no saber. Com efeito, são os interpretes da lei e daí serem especialistas em direito, administração e educação, sendo a influência deles exercida em três lugares: “Sinédrio,Sinagoga e Escola”.
Zelotas:Os zelotas se constituíram a partir dos fariseus e provem especialmente da classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, massacrados por um sistema fiscal impiedoso. Eram muito religiosos e nacionalistas e desejavam expulsar os dominadores romanos (pagãos) do governo.
Herodianos (Partido de Herodes):Os herodianos são os funcionários da corte de Herodes e embora não formassem um grupo social, concretizavam a dependência dos judeus aos romanos. Conservadores por excelência, eles tinham o poder civil da Galiléia nas mãos.
Essênios: Os essênios se tornaram mais conhecidos a partir da descoberta dos famosos documentos do Mar Morto em 1947. O grupo era resultado de uma fusão entre um grupo de sacerdotes discidentes do clero de Jerusalém e de leigos exilados. Na época de Jesus, eles viviam em comunidades com estilo de vida bastante severa, caracterizada pelo sacerdócio, legalismo rigoroso, espiritualidade apocalíptica e a pretensão de ser o verdadeiro povo de Deus. Em alguns pontos se pareciam e muito com os fariseus, no entanto , eles possuíam uma ruptura radical com o judaísmo oficial.
Samaritanos:Apesar de não pertencerem ao judaísmo propriamente dito, os samaritanos são um grupo característico do ambiente palestinense. No entanto, eles são muito diferente dos demais grupos, principalmente dos judeus, pois os samaritanos não adoram em Jerusalém, e sim no monte Gerizim, não aceitam todo o Antigo Testamento e esperam um outro messias chamado Taeb (Aquele que volta), e esse messias não é descendente de Davi e sim um novo Moisés, que vai revelar a verdade e colocar tudo em ordem no final dos tempos. Desta feita, por possuir ensinos conflitantes, com os preceitos do AT, os samaritanos, eram considerados uma religião baseado no sincretismo.
Religião: A Religião dos judeus nos tempos de Jesus está centrada em dois pólos fundamentais: o templo e a sinagoga.
Templo: É sem duvida o centro da fé em Israel. É nele que todos os judeus, também os da dispersão, devem se reunir para prestar culto a Deus.
A Sinagoga: É o lugar onde o povo se reúne para a oração, para ouvir a palavra de Deus e para a pregação, sendo que qualquer israelita adulto pode fazer a leitura do texto bíblico na sinagoga, e pode escolher o texto que quiser usar.
Conclusão:O poder efetivo na Palestina do primeiro século estava nas mãos dos romanos, que respeitavam a autonomia interna das regiões dominadas. O centro do poder político interno localizava-se no Templo de Jerusalém. Assessorado por 71 membros do Sinédrio (tribunal criminal, político e religioso), o sumo sacerdote exercia grande influência sobre os judeus, mesmo os que viviam fora da Palestina. Para o Templo e as sinagogas convergia a vida dos judeus.
Referências
1 - CHAMPLIM, Russel Normam. Enciclopedia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, 2004
2 - TENNEY, C.Merril, Tempos do Novo Testamento. CPAD, 2010, Rio de Janeiro.
Pr. Orlando Martins
Vice - presidente da AD Mais de Cristo em Florianópolis, pastor auxiliar, bacharel em teologia e jornalismo, especialista em educação, mestrando em Teologia, escritor, diretor da Faculdade Mais de Cristo e professor de matérias teológicas em seminários e faculdades no estado de SC.
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