Orlando Martins
No original
grego este dom é definido como “dynameis”, que significa poderes, estando
sempre associado com coisas que causam espanto e admiração. Conhecido também
como operação de milagres, o dom de sinais e maravilhas é a capacidade
sobrenatural que o Espírito Santo concede a alguns membros do corpo de Cristo
para realizarem coisas que saem do curso natural dos acontecimentos. O verbo
grego para “milagre” no evangelho de João é o valor do sinal para encorajar as
pessoas a crer e continuar crendo.
Este dom é
amplamente observado na Bíblia. No Antigo Testamento encontramos facetas do dom
nos ministérios de Moisés (Ex 14.21-31), Elias, quando lutou sozinho contra os
profetas de Baal e do poste ídolo (I Rs 18.21-40) e Eliseu, ao separar as águas
do Jordão (II Rs 2.14). Já no contexto neotestamentário encontramos facetas
deste dom quando Pedro andou sobre as águas (Mt 14.28-31); no relato dos
Setenta, quando regressaram de sua missão (Lc 10.17-20); na ressurreição de
mortos, como nos casos do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo
(Mt 9.18,19,24), e no caso de Lázaro (Jo 11.43-44); nos casos de Paulo em
Troade (At 20.9-12) e na defesa de seu ministério em Éfeso: “E Deus, pelas mãos
de Paulo, fazia milagres extraordinários” (At 19.11); perante o sinédrio: “Pois
as credenciais de meu apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a
persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (II Co 12.12),
autenticando o evangelho pregado por ele como o evangelho verdadeiramente de Cristo.
Este dom fez
parte do ministério de Jesus na terra, como em seu primeiro milagre realizado
em um casamento na cidade de Canaã da Galiléia, transformando água em vinho (Jo
2.1-12). Este milagre transpôs todos os princípios da natureza, constituindo-se
no dom de sinais e maravilhas, ou quando acalmou a tempestade, causando espanto
em seus discípulos. De acordo com o teólogo Russel Norman Champlim, em sua
enciclopédia: “No período apostólico a manifestação deste dom poderia incluir a
expulsão de espíritos malignos, e as curas”. Estes sinais eram claramente
observados no ministério dos evangelistas no período da Igreja primitiva.
Ocorriam constantemente naquele tempo, pois serviam de corroboração para o
ministério do evangelista e do apóstolo. Deve ser usado de uma forma
responsiva, visando sempre às necessidades cabais do reino de Deus. Por se
tratar de um dom muito amplo, ele une o dom da fé (Tg 1.5-8) com os dons de
curar (I Co 12.9). Dessa forma, seu detentor adquire autoridade sobre o pecado
e as doenças, podendo assim ser usado poderosamente por Deus em feitos que
quebrem por completo as leis da natureza, causando espanto e admiração na
Igreja.
Em seu livro,
Novo Milênio e o Mover do Espírito Através da Manifestação dos Dons, o pastor e
teólogo catarinense Samuel Ribeiro enumera algumas orientações demonstrando
como o dom de discernimento deve ser usado do ponto de vista teológico, e com a
menor margem de erro possível: “1 – Adquira uma cuidadosa bagagem bíblica para
saber enxergar, avaliar e julgar todas as coisas; 2 – Repudie energicamente
qualquer interpretação particular e tendenciosa das Escrituras; 3 – Tenha uma
vida de oração perseverante e contrita, o que o leve a ter verdadeira comunhão
com Deus; 4 – Não seja simplório, aberto a qualquer vento de doutrina, sem
reflexão, sem cuidado, sem um pingo de malícia; 5 – Não seja precipitado,
entregando-se de imediato à ideia e ao desejo que lhe ocorrem; 6 – Valorize a
opinião alheia, se ela partir de uma pessoa muito comprometida com Deus, sábia
e equilibrada”.
De acordo com
o pastor Estevam Ângelo de Souza, em seu livro Os nove dons do Espírito Santo,
da CPAD: “A operação de milagres é um dom tão estupendo que se torna
inconcebível à mente finta do homem. Entretanto, esse dom faz parte do
ministério sobrenatural do Espírito Santo através da vida de crentes cheios do
Espírito, e é operado com grande finalidade com vistas à glória devida a Deus”.
Áreas de Atuação
Batalha
espiritual
Ministério de
oração
Dom de
evangelista e apóstolo
Missão
transcultural
Perigos deste Dom
Deve ser usado
por pessoas que tenham maturidade espiritual muito elevada. Se usado por
neófiItos, pode vir acompanhado de elementos psicológicos, o que em partes
transforma o culto num show de horrores, não numa reunião para adoração do nome
do Senhor (I Co 14.40). Se for conduzido errado, o portador do dom usa-o como
bem entender e não da maneira como o Senhor da obra deseja. Por outro lado, o
perigo é a sua rejeição total, devido ao fato de alguns que tentam apagar por
completo a ação sobrenatural da Igreja.
Segundo
orientação de Paulo, não devemos apagar o Espírito (I Ts 5.19), mas fazer uma
análise teológica em todas as coisas (I Ts 5.20-21), seguindo os crentes de
Beréia, que não aceitavam qualquer ensinamento exposto, mas analisavam tudo (At
17.11), e por isso foram considerados nobres em suas ações. Cada vez mais
contemplamos Igrejas que, ao rejeitarem os dons de poder, perdem a sua força.
Isso porque, como agência de boas-novas, a casa de Deus deve possuir todos os
dons espirituais, para que possam ser usados conforme a necessidade do grupo (I
Co 12.7) e assim cada cristão possa exercer a diaconia ou serviço cristão.
Muito bom seu estudo que Deus lhe abençoe. Que você continue a levar a palavra de Deus as outras pessoas.
ResponderExcluirAss; http://ateologiadescomplicada.com/curso-bacharel-em-teologia-da-universidade-da-biblia-e-bom/
Isto precisa ser encinado e os irmãos serem encentivados a buscar os dons de Deus.
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