sexta-feira, 17 de março de 2017

O QUE SÃO OS DONS DE CURAR?

Orlando Martins 

O QUE SÃO OS DONS DE CURAR?

É a capacidade especial concedida a alguns membros do corpo de Cristo para que sejam usados em diversas facetas da cura divina, o que engloba diferentes tipos de enfermidades. Podem ser definidos como a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo humano, curando suas enfermidades e tirando suas dores. Para que possamos compreender a atualidade e sua aplicação prática, temos que entendê-los à luz das Escrituras.
Os dons de curar são os únicos descritos no plural. Será que existe um dom de curar correspondente a cada tipo de enfermidade? Ou existem diferentes tipos de manifestações espirituais no exercício da cura? Presume-se que o Espírito Santo quer usar uma variedade de pessoas para ministrar esse dom, dependendo da enfermidade e da gravidade do caso.

Analisando historicamente o contexto de cura divina à luz da Bíblia, pode-se claramente observar que houve três grandes períodos de efusão de milagres:

1 - Durante o ministério de Moisés, especificamente após a saída do Egito;
2 - Nos ministérios de Elias e Eliseu;
3 - No ministério de Jesus e dos apóstolos.




Fora desses três períodos, não encontramos na Bíblia efusão de milagres, mas a manifestação dos dons de curar. Contudo, esses períodos de cura tiveram um claro objetivo de atestar a presença de Deus entre o povo. No Antigo Testamento, podemos observar que a cura divina manifestava- se nas promessas (Dt 7.15). Entretanto, durante a peregrinação do povo no deserto, o Senhor vinculou a remoção de enfermidades com a sincera devoção de seu povo, pois a cada vez que era solicitada sua presença, ele os livrava das enfermidades por meio de sua revelação como Jeová Rafá, o “Senhor que te sara”. Deus apresentava-se como aquele que sara o homem de todo o trauma emocional, bem como das doenças físicas. E também na vinda do redentor, cujo sacrifício tiraria do homem todos os pecados e enfermidades (Is 53.4; Mt 8.16-17). No Novo Testamento, podemos observar a manifestação da cura divina no ministério de nosso Senhor. Nele estão relatadas 35 curas, dentre as quais as registradas em Mateus 8.2-17, 9.1-8, 20-22, 27-31 e 20.29-34. Encontramos também facetas desse dom na missão dos doze discípulos (Lc 9.1), dos setenta (Lc 10.9), na Grande Comissão (Mc 16.15,16) e no período da Igreja apostólica, em que as curas acompanhavam a pregação do evangelho (At 3.18; 9.33-34). No exercício desse dom deve haver discernimento, pois a maior parte das enfermidades é de origem natural. Outras doenças podem ter origem na natureza pecaminosa do homem como também podem ser consequência de participação indigna na Ceia (1 Co 11.29) ou uma provação do Senhor. As enfermidades fazem parte da natureza humana, como no caso de Timóteo, que tinha um problema estomacal (“Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23) e Epafrodito, que, ao visitar o apóstolo Paulo, adoeceu mortalmente (Fp 2.27). Deus não o curou de imediato, mas atendeu a sua oração.
Entretanto, a Bíblia desafia a todos os cristãos a orarem pelos enfermos (Mc 16.18). Como função universal, cada crente pode orar pela cura de outro, mas não existe uma garantia de que a cura divina vai ocorrer. 
Paradoxalmente, as Escrituras também ensinam que quem deve orar são os presbíteros (Tg 5.14-15) e aqueles que possuem o dom de curar, pois eles também contam com o dom da fé e quando oram exercitam a oração da fé que salvará o doente. Sobre tal questão, o pastor Orlando Boyer, de saudosa memória, foi enfático: “Os crentes que não têm o dom de curar podem, ao menos, levar os enfermos à porta do templo”. Em relação a este ponto, Paulo pergunta: “Têm todos dons de curar?” (1 Co 12.30). Ele possivelmente fez esse questionamento porque havia em Corinto excessos quanto ao uso dos dons de curar, pois queriam manipular a operação divina tão somente porque tinham tal dom. Quando o apóstolo Pedro disse ao coxo ‘‘o que tenho, isso te dou” (At 8.36), a expressão “o que tenho” está no singular, podendo significar que o apóstolo havia recebido uma porção momentânea do dom de curar para ministrar às pessoas, dependendo de suas situações. Todavia, tal interpretação é pouco aceita nos círculos teológicos. Em seu ministério terreno, o Senhor Jesus nunca iludiu ninguém; todos por quem ele orou foram curados, havendo sempre propósitos em suas orações. Será que hoje alguns ministros não estão brincando com a fé simples dos crentes? Quanto aos dons de curar, devem ser analisadas algumas questões práticas, tais como: a cura pode ser gradual (Mc 8.22-26); as doenças não significam que a pessoa está em pecado ou é castigada por Deus (Jo 5.1-15; 9.1-3); as curas não dependem dos dons de curar; nem todos os doentes serão curados e as curas não são propriedade de nenhum grupo, ministério ou igreja, o que anula a arrogância de alguns grupos que, com atitudes sectárias, julgam-se donos dos dons de curar.

Áreas de atuação
Visita aos hospitais e aos enfermos
Oração nos cultos
Grupo de intercessão
Culto e grupo de oração

Exemplos práticos

Os dons de curar continuam se manifestando no ministério de muitos evangelistas, que são grandemente usados por Deus. Eu mesmo já presenciei em minha própria família algumas curas, como a de minha mãe, Ângela Martins, que teve leucemia, e de minha filha. No dia 22 de novembro de 2007, nasceu Larissa Eduarda de Oliveira Martins, minha primeira filha. Durante o parto, pude sentir a indescritível sensação de olhar pela primeira vez para ela, após nove meses. Meu coração acelerou, pois Larissa me alegrou com o seu lindo sorriso e completou nossa vida com o seu amor. Entretanto, ela precisou ficar internada na UTI durante 31 dias, pois nasceu com uma bactéria. De cada dez bebês que nascem com essa bactéria, cinco morrem. Então buscamos a face do Senhor em oração constantemente, e a cada dia que passava confiávamos cada vez mais na sua cura. O Senhor teve misericórdia de nós e curou Larissa. Glória a Deus por isso! 

Cuidados em relação aos dons de curar

Muitos obreiros usados por Deus tendem a se considerar como peças-chave para a cura, quando, na verdade, toda cura deve ser efetuada no nome de Jesus (“… porque sem mim nada podeis fazer” ‒ Jo 15.5). Outros atribuem à falta de fé o fato de alguns não serem curados. Os que agem dessa forma se esquecem da vontade de Deus (Rm 12.2), que só pode ser realizada segundo o beneplácito da sua vontade, pois dele é o querer e o efetuar. 
Outra atitude incorreta é classificar, por desconhecimento bíblico ou falta de fé, como charlatanismo todo tipo de cura. O Senhor continua a curar hoje, basta o propósito divino para tanto. Toda cura em que o nome de Jesus é glorificado é de Deus, mas se quem a ministra é mais exaltado do que o Senhor, então ela não pode ser aceita, pois Deus não divide sua glória com o homem.

Você que deseja saber mais sore os dons espirituais, leia o livro "Um presente de Deus para você", editado pela editora Candeia. 

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