sexta-feira, 5 de setembro de 2014

COMO COMPREENDER O ANTIGO TESTAMENTO


Para que possamos compreender o AT, é necessário que entendamos que o AT é refletido no Novo e que a compreensão da antiga aliança, acontece a luz da nova, como que por um espelho, onde o novo reflete o antigo, já que o antigo apontava para o novo, ensino esse corroborado pelo apóstolo Paulo na epistola aos Colossenses (Cl 2:17)

No Antigo Testamento, como em toda a Bíblia, é reconhecida, em sua origem, uma autêntica experiência religiosa. Deus se revelou ao povo de Israel na realidade da sua história e fez isso como o único Deus, Criador e Senhor do universo e da história, não se assemelhando a nenhuma outra experiência humana, nem identificando-se  com alguma imagem feita pelos homens. As idéias e a linguagem do Antigo Testamento transparecem nos escritos do Novo Testamento, em cujo pano de fundo está sempre presente o Deus do Antigo Testamento, o Pai de Jesus Cristo, em quem é revelado, definitivamente, o seu amor e a sua vontade salvadora para todo aquele que o recebe pela fé.
O Antigo Testamento dá especial atenção ao relacionamento de Deus com Israel, o seu povo escolhido. Um dos mais importantes aspectos desse relacionamento é a Aliança com Israel, mediante a qual Javé se compromete a ser o Deus daquele povo que tomou como a sua  possessão particular e dele exige o cumprimento religioso dos mandamentos e das leis divinas. Assim, a fé comum, as celebrações cúlticas e a observância da Lei são os elementos que configuram a unidade de Israel, uma unidade que se rompe quando se torna infiel ao Deus ao qual pertence,  haja vista o período dos juízes na qual Deus julgava o seu povo, quando estes pecavam, mas agia com amor e misericórdia, levantando juízes que julgavam o povo com justiça e equidade.  A história de Israel como povo escolhido revela que o mais importante é manter a sua identidade religiosa em meio ao mundo ao seu redor, passo necessário que será dado em direção à mensagem universal que depois, em Jesus Cristo, será proclamada pelo Novo Testamento.
Nem todos os aspectos do Antigo Testamento mantêm igual vigência para o cristão. O Antigo Testamento deve ser interpretado à luz da sua máxima instância, que é Jesus Cristo. A projeção histórica e profética do povo de Israel no Antigo Testamento é uma etapa precursora no caminho que conduz à plena revelação divina em Cristo (Hb 1.1-2). Por outro lado, o Novo Testamento é o testemunho de fé de que as promessas feitas por Deus a Israel são cumpridas com a vinda do Messias (cf., p. ex., Mt 1.23 Lc 3.4-6 At 2.16-21 Rm 15.9-12). Por isso, certas instruções absolutamente válidas para o povo judeu deixam de ser igualmente vigentes para o novo povo de Deus, que é a Igreja (cf. At 15 Gl 3.23-29 Cl 2.16-17 Hb 7.11-10.18) e alguns aspectos da lei de Moisés, do culto do Antigo Testamento e da doutrina sobre o destino do ser humano, pessoal e comunitariamente considerado, devem ser interpretados à luz do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus.  Conquanto que os primeiros   cristãos passaram a interpretar as Escrituras à maneira de Jesus, adaptando  a sua interpretação à nova realidade criada pela ressurreição de Jesus, na qual os cristãos viram a confirmação divina do seu carácter messiânico. Enquanto Jesus leu nas Escrituras antes de mais o anúncio do Reino de Deus de cuja instauração era o arauto, sendo que a partir daquele momento fora inaugurado os valores do reino entre os homens. “ O Reino de Deus, não é comida e nem bebida, mas paz, alegria e justiça no Espírito Santo”.

Pr. Orlando Martins
pastor e professor de teologia 

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