sexta-feira, 31 de março de 2017

QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS PROFETAS MAIORES E OS MENORES NO ANTIGO TESTAMENTO?

Orlando Martins 


             Esta divisão entre maiores e menores foi estabelecida por Santo Agostinho em virtude do volume do material escrito, pois os livros dos profetas maiores são assim chamados por serem volumosos. Este conjunto é composto de cinco livros, já os profetas menores são doze e são assim chamados por serem livros pequenos. 





Cada um destes profetas apresenta mensagens que trouxeram a revelação do conhecimento e da vontade de Deus. Ao contrário de que muitos julgam a profecia não é necessariamente uma previsão de assuntos futuros, mas de acordo com o original hebraico a missão de um profeta é dizer e falar, pois no contexto de vida da velha aliança a responsabilidade dos profetas não era principalmente prever o futuro no sentido moderno da palavra profetizar, mais anunciar a vontade de Deus que ele transmitia através da inspiração divina. O  ermo profeta vem do hebraico nabi que origina-se do verbo dabar que, por conseguinte significa dizer e falar. Ou seja, um profeta não necessariamente era um  visionário, mas um baluarte contra o erro, ou seja, um profeta da justiça àquele que denunciava o erro levando o povo ao arrependimento por meio da verdade. Um nome hebraico que frequentemente se aplicava aos profetas era “homem de Deus”. 

quarta-feira, 29 de março de 2017

O QUE É A TRINDADE?

Orlando Martins

Este é um tema que tem suscitado muitas dúvidas em muitos irmãos fiéis, pois não conseguem compreender a ação trinitariana ao longo da narrativa bíblica, sendo este um ensino claro das Escrituras.
Talvez o sentido da Trindade de Deus nunca fora afirmado melhor do que está por A. H. Strong: "na natureza do Deus único há três distinções eternas que se nos representam sob a figura de pessoas e estas três são iguais." (Systematic Theology, pág. 144)



As principais confissões cristãs definem a Trindade da seguinte forma: Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser. Nos tempos da Igreja Primitiva surgiram alguns grupos que negavam a Trindade, por não conseguirem compreender a ação trinitariana. Contudo, nos dias hodiernos também existem alguns grupos que não conseguem compreender o ensino da Trindade, em especial os unicitas, que só creem na divindade de Deus Pai e possuem dificuldades em compreender a divindade de Cristo e do Espírito Santo. Outros grupos acabam confundindo, pois questionam  em forma de não entendimento, o fato de o cristianismo, sendo uma religião monoteísta, conceber a ideia de uma Trindade divina. Entretanto, é falta de compreensão, pois na Trindade se manifesta a unidade de Deus, que se revelou à humanidade por meio de seu Filho  Jesus, e que hoje mantém contato com a humanidade através da ação do Espírito Santo, sendo, desta maneira, três Pessoas, que formam, numa unidade perfeita, o “Elohim”; o Eterno, o Senhor. 

terça-feira, 28 de março de 2017

QUEM SÃO OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO?


Orlando Martins 

         No Cânone hebraico do Antigo Testamento, os livros históricos, isto é, os livros de Josué até Reis, pertenciam ao grupo dos profetas que seguem após o período imediato do Pentateuco.
                A Tradição rabínica atribuía a autoria destes livros aos autores que eram considerados profetas como Samuel, Josué e Jeremias, formando, por conseguinte a primeira parte do cânone profético que são denominados como profetas anteriores, seguindo assim através da construção da história judaica então, os livros proféticos propriamente ditos são denominados por profetas posteriores, sendo este grupo chamado de grupo dos profetas maiores e menores, sendo esta divisão entre maiores e menores, organizada pelo teólogo santo Agostinho. 



                Este grupo de livros proféticos abrange um grande espaço da história dos reinos do norte e do sul. Sendo Amós o mais antigo entre os profetas chamados literários, este viveu na metade do século VIII Ac entre os anos de 760 e 750, já o profeta Oseias exerceu o seu oficio profético entre os anos de 750 e 725, como Amós. Já no mesmo período no Reino do Sul o profeta Isaías atuou entre os anos de 735 até 700 A.c e teve Miqueias como seu contemporâneo. Após este período podemos encontrar o relato de vários outros profetas que marcaram o fim do século VIII como Jeremias que presenciou a queda de Jerusalém e o exílio babilônico de 70 anos. Jeremias ilustra bem o oficio profético veterotestamentário que se consista em denunciar o pecado (Jr 1:15), lutando contra o erro e as praticas abomináveis (V. 16). Este profeta teve contemporâneo a Naum, Habacuque e Sofonias, vinco logo depois os profetas Ezequiel e Isaías.
             Após o exílio surgem os profetas pós-exílicos, destacando-se entre eles Ageu, Zacarias, Malaquias, Joel e Jonas. “ Conquanto que o objetivo primordial de um profeta era proclamar a vontade de Deus para a sua época”.
Entre os hebreus os profetas ganhavam grande destaque, pois suas palavras eram consideradas inspiradas, com uma mensagem totalmente divina.
   
- Profeta como homem de Deus: Ao contrário da conotação moderna que muitos asseveram para definir o que é um homem de Deus, só recebiam este título pessoas que gozassem de uma intima comunhão com o Senhor. Por esta condição este era considerado digno para transmitir a palavra transmitida diretamente pelo Senhor por intermédio de uma iluminação divina.


- Profeta como vidente: Os profetas recebiam este titulo, pois percebiam as coisas conforme o ponto de vista do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia visões especiais e revelações da parte do Senhor, sendo, portanto autorizado a transmitir coisas espirituais que outras pessoas não podiam receber.

segunda-feira, 27 de março de 2017

SÉRIE OS DONS ESPIRITUAIS - O DOM DE SINAIS E MARAVILHAS.

 Orlando Martins 

No original grego este dom é definido como “dynameis”, que significa poderes, estando sempre associado com coisas que causam espanto e admiração. Conhecido também como operação de milagres, o dom de sinais e maravilhas é a capacidade sobrenatural que o Espírito Santo concede a alguns membros do corpo de Cristo para realizarem coisas que saem do curso natural dos acontecimentos. O verbo grego para “milagre” no evangelho de João é o valor do sinal para encorajar as pessoas a crer e continuar crendo.
Este dom é amplamente observado na Bíblia. No Antigo Testamento encontramos facetas do dom nos ministérios de Moisés (Ex 14.21-31), Elias, quando lutou sozinho contra os profetas de Baal e do poste ídolo (I Rs 18.21-40) e Eliseu, ao separar as águas do Jordão (II Rs 2.14). Já no contexto neotestamentário encontramos facetas deste dom quando Pedro andou sobre as águas (Mt 14.28-31); no relato dos Setenta, quando regressaram de sua missão (Lc 10.17-20); na ressurreição de mortos, como nos casos do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mt 9.18,19,24), e no caso de Lázaro (Jo 11.43-44); nos casos de Paulo em Troade (At 20.9-12) e na defesa de seu ministério em Éfeso: “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários” (At 19.11); perante o sinédrio: “Pois as credenciais de meu apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (II Co 12.12), autenticando o evangelho pregado por ele como o evangelho verdadeiramente de Cristo.



Este dom fez parte do ministério de Jesus na terra, como em seu primeiro milagre realizado em um casamento na cidade de Canaã da Galiléia, transformando água em vinho (Jo 2.1-12). Este milagre transpôs todos os princípios da natureza, constituindo-se no dom de sinais e maravilhas, ou quando acalmou a tempestade, causando espanto em seus discípulos. De acordo com o teólogo Russel Norman Champlim, em sua enciclopédia: “No período apostólico a manifestação deste dom poderia incluir a expulsão de espíritos malignos, e as curas”. Estes sinais eram claramente observados no ministério dos evangelistas no período da Igreja primitiva. Ocorriam constantemente naquele tempo, pois serviam de corroboração para o ministério do evangelista e do apóstolo. Deve ser usado de uma forma responsiva, visando sempre às necessidades cabais do reino de Deus. Por se tratar de um dom muito amplo, ele une o dom da fé (Tg 1.5-8) com os dons de curar (I Co 12.9). Dessa forma, seu detentor adquire autoridade sobre o pecado e as doenças, podendo assim ser usado poderosamente por Deus em feitos que quebrem por completo as leis da natureza, causando espanto e admiração na Igreja.
Em seu livro, Novo Milênio e o Mover do Espírito Através da Manifestação dos Dons, o pastor e teólogo catarinense Samuel Ribeiro enumera algumas orientações demonstrando como o dom de discernimento deve ser usado do ponto de vista teológico, e com a menor margem de erro possível: “1 – Adquira uma cuidadosa bagagem bíblica para saber enxergar, avaliar e julgar todas as coisas; 2 – Repudie energicamente qualquer interpretação particular e tendenciosa das Escrituras; 3 – Tenha uma vida de oração perseverante e contrita, o que o leve a ter verdadeira comunhão com Deus; 4 – Não seja simplório, aberto a qualquer vento de doutrina, sem reflexão, sem cuidado, sem um pingo de malícia; 5 – Não seja precipitado, entregando-se de imediato à ideia e ao desejo que lhe ocorrem; 6 – Valorize a opinião alheia, se ela partir de uma pessoa muito comprometida com Deus, sábia e equilibrada”.
De acordo com o pastor Estevam Ângelo de Souza, em seu livro Os nove dons do Espírito Santo, da CPAD: “A operação de milagres é um dom tão estupendo que se torna inconcebível à mente finta do homem. Entretanto, esse dom faz parte do ministério sobrenatural do Espírito Santo através da vida de crentes cheios do Espírito, e é operado com grande finalidade com vistas à glória devida a Deus”.

Áreas de Atuação

Batalha espiritual
Ministério de oração
Dom de evangelista e apóstolo
Missão transcultural

Perigos deste Dom

Deve ser usado por pessoas que tenham maturidade espiritual muito elevada. Se usado por neófiItos, pode vir acompanhado de elementos psicológicos, o que em partes transforma o culto num show de horrores, não numa reunião para adoração do nome do Senhor (I Co 14.40). Se for conduzido errado, o portador do dom usa-o como bem entender e não da maneira como o Senhor da obra deseja. Por outro lado, o perigo é a sua rejeição total, devido ao fato de alguns que tentam apagar por completo a ação sobrenatural da Igreja.
Segundo orientação de Paulo, não devemos apagar o Espírito (I Ts 5.19), mas fazer uma análise teológica em todas as coisas (I Ts 5.20-21), seguindo os crentes de Beréia, que não aceitavam qualquer ensinamento exposto, mas analisavam tudo (At 17.11), e por isso foram considerados nobres em suas ações. Cada vez mais contemplamos Igrejas que, ao rejeitarem os dons de poder, perdem a sua força. Isso porque, como agência de boas-novas, a casa de Deus deve possuir todos os dons espirituais, para que possam ser usados conforme a necessidade do grupo (I Co 12.7) e assim cada cristão possa exercer a diaconia ou serviço cristão.


sexta-feira, 24 de março de 2017

CURIOSIDADES BÍBLICAS: MALDITO O HOMEM QUE CONFIA NO HOMEM, MAS QUE HOMEM?

Orlando Martins 

Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Jeremias 17.5

Muitas pessoas leem só a parte “a” do texto bíblico, e distorce o que o profeta Jeremias diz, dando sua própria interpretação; já ouvi várias pessoas usarem essa primeira parte do versículo para pautar a traição, a falsidade de alguém para com elas. Enchem a boca para dizer “Não devemos confiar nas pessoas”. Interpretação equivocada. Basta continuar leitura que o sentido da mesma nos direciona para pessoas que confiam no homem ao ponto de colocar a sua esperança e fé nele, e ao ponto de rejeitar a Deus, colocando o homem no lugar Dele. É a esse tipo de confiança que a Bíblia se refere nesse contexto.



Depois do “faça que eu te ajudarei” e “a voz do povo é a voz de Deus”, uma das frases mais faladas no meio cristão (infelizmente) é... “Maldito o homem que confia no outro homem”. Diferente das duas primeiras que não passam de um ditado popular, a frase “maldito o homem que confia no outro homem” é bíblica e encontra-se em Jeremias 17:5a..

Se a frase é bíblica então qual seria o problema que circunda esta famosa frase?

Certamente o problema não é a frase em si, pois, ela não se trata de um jargão e nem um ditado popular, é um versículo bíblico da palavra de Deus, viva e real. O que acontece é que este versículo dever ser contextualizado em seu contexto, visto como um todo e não em partes, “Texto Sem Contexto é Pretexto Para Mentiras” (Linartt Vieira)

Tal interpretação errônea é perigosa, pois descontextualiza e muda o sentido real da palavra. É compreensível que os seres humanos tenham uma tendência natural de colocar suas esperanças em outros seres humano, essa confiança é normal (quando confiamos na honestidade das pessoas, na discrição de um amigo, no conselho de um familiar, na esposa…) é totalmente saudável. Porém Deus reprova-nos quando trocamos a nossa confiança e fé Nele, pela confiança em nós mesmos e em outros homens. É o pecado do orgulho, da altivez, da autossuficiência, da descrença em Deus. “E faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR”! A segunda parte nos dá a interpretação verdadeira. No mesmo capítulo de Jeremias 17 está escrito “Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. ” Esse é o tipo de atitude que o Senhor deseja dos seus filhos CONFIANÇA plena Nele, certo de que Deus tem o melhor para nós. Sua vontade é perfeita, boa e agradável. Se voltarmos nossos olhos para Jesus perceberemos que Ele amou as pessoas, especialmente seus discípulos. O Senhor. tinha um grande relacionamento com eles, viajava e comia com eles, bem como os ensinava. Mas Ele não colocava sua confiança neles, porque conhecia a natureza humana. Isso não significa que Ele não confiava em seu relacionamento com eles; mas simplesmente Ele não se abria a eles da mesma forma que Ele confiava e se abria a seu Pai celestial. É assim que nós devemos ser. Muitas vezes as pessoas formam relacionamentos íntimos e dependem demais dos outros, em vez de buscar a Deus. Mas nós não precisamos fazer isso. Mesmo que tenhamos os melhores relacionamentos, as pessoas nos desapontarão porque as pessoas não são perfeitas. É certo amar e respeitar os outros, mas lembre-se sempre de que o único que nunca falhará conosco é Deus.

quinta-feira, 23 de março de 2017

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?


Orlando Martins 

De acordo com a Teologia Pentecostal,existe o BATISMO NO ESPÍRITO SANTO e o BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO, mas qual a diferença existe entre estes dois batismos? O Batismo no Espírito Santo é para as pessoas que professam a fé, acabaram de renascer para Cristo recebendo o Espírito Santo ao qual estarão selados para o dia da redenção (Ef 1.13). E o Batismo com Espírito Santo é o revestimento de poder e a capacitação com poder espiritual, que tem como evidência principal o falar em línguas estranhas (Glossolalia) para o ingresso do cristão numa vida mais profunda de adoração e serviço a Deus. Muito embora, haja  Em suma todos os salvos são batizados no Espírito Santo (I Co 12:13), mas nem todos são batizados com o Espírito Santo.



Batismo no Espírito Santo, qual a evidência inicial?

Esse assunto tem dividido até mesmo os pentecostais clássicos. O próprio William J. Seymour defendia que as línguas não eram a única evidência física do Batismo no Espírito Santo , mas outras manifestações poderiam ser encaradas como essa evidência. Acompanhando Seymour nesse raciocínio, denominações inteiras com a Igreja de Deus em Cristo  pregam que existem mais de uma evidência para o Batismo. Hoje, a maioria das igrejas neopentecostais não defende que as línguas são a única evidência. Esse ponto é defendido principalmente pelo texto de Atos 10.46, onde Lucas relata a admiração dos judeus que viram os gentios receberem “o dom do Espírito Santo”, isso “porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus”. Baseados nesse texto, os pentecostais defendem a evidência física para o Batismo com o  Espírito Santo.





terça-feira, 21 de março de 2017

O SOL PAROU APÓS A ORAÇÃO DE JOSUÉ?

Orlando Martins

"No livro de Josué (10.12-15) está escrito que Josué mandou parar o Sol. Mas, segundo a Ciência, é a Terra que gira em torno do Sol. Como é que Josué mandou parar o Sol se o mesmo está parado segundo a nossa concepção?"



Este tema já gerou muitos debates tanto teológicos, com entre cientistas e acadêmicos, pois, de acordo com o texto bíblico Josué mandou o sol parar, mas, será isso possível? É que iremos analisar por meio desta reflexão acerca do tema supracitado. O Sol - Principal centro do nosso sistema planetário - está apenas relativamente parado, já que anda, em corrida veloz, rumo à estrela Vega, na constelação de Hércules, arrastando o sistema em causa. Este é, em certo aspecto, o seu movimento de translação. Quanto ao de rotação, o Sol leva 24 dias e 15 horas para completar uma volta em torno do seu eixo. Portanto, pode-se dizer que o Sol está parado, mas em relação ao nosso sistema planetário. Apesar disso, ainda hoje os próprios cientistas usam as expressões: "pôr-do-sol" e "nascer do sol". Sabemos que  a Bíblia não é um manual cientifico,  mas as suas assertivas são verdadeiras. Emprega, porém, uma linguagem coloquial a fim de as verdades divinas poderem ser aceitas por todos, mesmo pelas pessoas mais simples.
Portanto, ao se dirigir ao Sol, Josué usou o termo "deman", exarado 21 vezes no Velho Testamento, podendo significar , entre outras coisas, silencia-te. Já o termo  hebraico para detém-te é "amad". a qual ocorre centenas de vezes no Antigo Testamento, sendo geralmente traduzida por ficar de pé ou deter.
Admite-se nos meios acadêmicos, que a revolução da Terra em torno do seu próprio eixo é motivada pela ação do Sol sobre o nosso planeta.  Desta feita, quando Josué ordenou: "Sol. aquieta-te" ou "detém-te", a rotação do Globo  teria diminuído substancialmente por via de um temporário enfraquecimento da ação solar sobre ele. Existem, muitas outras teorias para explicar a detenção do Sol narrada no livro de Josué, porém cremos no ensinamento contido nas escrituras acerca deste tema.

Portanto, os astrônomos modernos deram-se ao trabalho de buscar, no calendário astronômico, se de fato teria realmente ocorrido o evento. Depois de muitas pesquisas, os cientistas concluíram que, efetivamente, falta um dia no calendário astronômico, concluindo então, que o quase um dia inteiro (Js 10.13b), correspondem a 11 horas e cinqüenta minutos, sendo assim provado que de fato a Terra esteve parada por todo um dia de Sol.

sábado, 18 de março de 2017

O QUE É A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO?

Por Orlando Martins 

"Portanto, eu vos digo: toda forma de pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12.31-32).

A orientação apresentada por Jesus neste relato difere a blasfêmia contra o Espírito Santo de todos os outros tipos de pecado dentro da narrativa bíblica. Desta feita, é preciso analisar, à luz da exegese do Novo Testamento, a relação das expressões usadas neste período. A tradução da versão inglesa King James traduz a expressão hamartia por “toda forma de pecado”. É evidente, no entanto, que o sentido da expressão é “toda outra espécie de pecado”. Portanto, a blasfêmia contra o Espírito Santo não está inclusa nesta expressão. As traduções de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil (Sociedade Bíblica do Brasil) e Revista e Corrigida, vindo literalmente do grego, trazem-nos que todo pecado, obscurece o sentido mais amplo. Todavia, existem várias possibilidades sobre o que  realmente é blasfemar contra o Espírito Santo. Acerca deste tema tão difícil, começam a surgir várias opiniões, como por exemplo o que ocorre entre alguns dos pentecostais extremados, os quais afirmam que “blasfemar contra o Espírito Santo” é:

1)        Descrer, duvidar de alguém que fala em línguas;
2)        Rir ou escarnecer;
3)        Não crer na ação do Espírito Santo durante o culto;
4)        Duvidar de qualquer coisa que seja sobrenatural.

Por outro lado, os cessacionistas (os que não creem em dons de sinais), ou os mais tradicionais, chegam a afirmar que os exageros do movimento pentecostal ou do neopentecostalismo não deixam de ser uma espécie de blasfêmia contra o Espírito Santo. Contudo, tanto os ultrapentecostais como os cessacionistas, ou tradicionais extremados, demonstram muito exagero e até mesmo fanatismo na exposição destas opiniões, ausentes de coerência teológica. Poucos se detêm a examinar o contexto das passagens bíblicas alusivas à blasfêmia contra o Espírito Santo, como acontece na maioria dos casos dos assuntos aparentemente divergentes na Bíblia. A análise do texto elucida alguns pontos aos quais devemos nos atentar. Os textos relevantes são encontrados nos três primeiros evangelhos, chamados “evangelhos sinóticos” (que devem ser vistos em conjunto). Em Mateus 12, as afirmações de Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ditas foram quando Ele curou um homem possesso de demônios cujo domínio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não é mencionada; Lucas registra a cura no capítulo 11, e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12:10.
Considerar o mal como bem ou que luz eram trevas, era prática comum entre os fariseus. Esse ato traz em si mesmo um alerta anunciado pelo profeta Isaías (Is 5:20), e agora reinterpretado por Jesus como blasfêmia contra o Espírito Santo.


Ao longo da história, muitos estudiosos emitiram sua opinião sobre este tema. Segundo Irineu, blasfêmia contra o Espírito Santo seria a rejeição do evangelho. Para Atanásio, a negação da divindade de Cristo, a qual teve sua evidência ao homem pela concepção do Espírito Santo. Já para Orígenes, toda a quebra da lei após o batismo. Finalmente, Agostinho acreditava que a blasfêmia contra o Espírito representada era pela dureza do coração humano, rejeitando a obra de Cristo.
Vemos que a acusação feita contra Jesus em Mateus 12:24 (“Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios”) denuncia, erroneamente, que ele não passava de um simples curandeiro, cujos exorcismos eram feitos pelo poder do Maligno, acusação que se repete nos evangelhos. Contesta-se, assim, o verdadeiro significado e a semântica do poder e das obras do Messias. Não vemos, no texto, a negação da realidade do milagre, mas a acusação de que o mesmo é diabólico, negando-o como sinal do poder soberano de Deus.
A reação de Jesus acontece por meio de uma série de parábolas rápidas que demonstram ser ilógico pensar que Satanás daria poderes a Jesus a fim de destruir a si próprio. A última parábola (Mt 12:29), acerca de apoderar-se dos bens do valente, pode ser uma alusão a Isaías 49:24-25, em que Deus descreve a salvação futura com o mesmo tipo de figura de linguagem.


A existência de um pecado imperdoável tem mexido com a mente dos cristãos em todo mundo e em todos os séculos do cristianismo. Podemos observar, no contexto apresentado pelo evangelista, que a advertência de Jesus dirige-se contra os que rejeitam sua mensagem, ao chamá-la de satânica. No entanto, vemos que, se há preocupação pelo fato de que algo possa eliminar o ato do perdão de Cristo, isso é, ironicamente, evidência de que o homem crê em Cristo, e que o mesmo fora enviado por Deus, provando que tal pessoa, Jesus, não cometera o pecado contra o qual o Senhor adverte.                                                                                                              


A blasfêmia contra o Espírito Santo é rejeitar a Graça preciosa para a salvação em Jesus Cristo: Desta forma, podemos concluir que apenas aqueles que se declaram apáticos às boas novas do Cristo poderiam blasfemar contra o Espírito Santo, e não os cristãos, conforme recomendação do apóstolo Paulo em Efésios 4:17-22: “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano (...)”.

Acerca desse terrível pecado, o mundialmente pregador Billy Graham declara em seu livro "O Espírito Santo", nas páginas 134 e 135, diz o seguinte: “O pior pecado que um ser humano pode cometer contra o Espírito Santo é blasfemar contra Ele. A razão disto é clara: para este pecado não há perdão. Todos os outros pecados contra o Espírito Santo são cometidos por crentes. Podemos nos arrepender deles, receber perdão, e fazer um novo começo. Com a blasfêmia contra o Espírito Santo é diferente. Este pecado, chamado de "o pecado imperdoável", é cometido por descrentes Os inimigos de Jesus, quando O acusaram de expulsar demônios pelo poder de Satanás apesar de Ele ter dito antes que os expulsava pela poder do ‘Espírito de Deus’, cometeram este pecado. Então Jesus continuou: ‘Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isto perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isto perdoado, nem neste mundo nem no porvir’ (Mt 12:31, 32)”.
Enquanto o Espírito estiver se ocupando de uma pessoa, esta não comete tal pecado imperdoável. Porém, quando alguém tanto se opõe ao Espírito Santo que Este o deixa de lado, então esta pessoa está em perigo. Noutras palavras, o pecado imperdoável implica na rejeição total e irrevogável de Jesus Cristo. Creio que é sobre isso que Estêvão estava falando no sermão que pregou pouco antes de ser martirizado: "Homens de dura cerviz [teimosos, BLH]! Vós sempre resistis ao Espírito Santo" (Atos 7:51).
Portanto, acredito que a chave está na afirmação de Billy Graham: "o pecado imperdoável implica na rejeição total e irrevogável de Jesus Cristo (...)”.

Louis Berkhof, em sua "Teologia Sistemática", página 249, expressa: “Não é tanto um pecado contra a pessoa do Espírito Santo, como contra a Sua obra oficial, que consiste em revelar, tanto objetiva como subjetivamente, a Graça e a Glória de Deus em Cristo. A raiz desse pecado é o consciente e deliberado ódio a Deus e a tudo quanto se reconhece como divino. É imperdoável, não porque a sua culpa transcende os méritos de Cristo, ou porque o pecador esteja fora do alcance do poder renovador do Espírito Santo, mas, sim porque há também no mundo de pecado certas leis e ordenanças estabelecidas por Deus e por Ele mantidas. E, no caso de pecado particular, a lei é que ele exclui toda a possibilidade de arrependimento, cauteriza a consciência, endurece o pecador e, assim, torna imperdoável o pecado. Daí, nos que cometeram esse pecado podemos esperar ver um pronunciado ódio a Deus, uma atitude desafiadora para com Ele e para com tudo quanto é divino, um prazer em ridicularizar e difamar aquilo que é santo, e um desinteresse absoluto quanto ao bem-estar da alma e à vida futura. Em vista do fato de que esse pecado não é seguido pelo arrependimento, podemos estar razoavelmente seguros de que os que receiam havê-lo cometido e se preocupam com isso, e desejam as orações doutras pessoas por eles, não o cometeram.”




sexta-feira, 17 de março de 2017

O QUE SÃO OS DONS DE CURAR?

Orlando Martins 

O QUE SÃO OS DONS DE CURAR?

É a capacidade especial concedida a alguns membros do corpo de Cristo para que sejam usados em diversas facetas da cura divina, o que engloba diferentes tipos de enfermidades. Podem ser definidos como a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo humano, curando suas enfermidades e tirando suas dores. Para que possamos compreender a atualidade e sua aplicação prática, temos que entendê-los à luz das Escrituras.
Os dons de curar são os únicos descritos no plural. Será que existe um dom de curar correspondente a cada tipo de enfermidade? Ou existem diferentes tipos de manifestações espirituais no exercício da cura? Presume-se que o Espírito Santo quer usar uma variedade de pessoas para ministrar esse dom, dependendo da enfermidade e da gravidade do caso.

Analisando historicamente o contexto de cura divina à luz da Bíblia, pode-se claramente observar que houve três grandes períodos de efusão de milagres:

1 - Durante o ministério de Moisés, especificamente após a saída do Egito;
2 - Nos ministérios de Elias e Eliseu;
3 - No ministério de Jesus e dos apóstolos.




Fora desses três períodos, não encontramos na Bíblia efusão de milagres, mas a manifestação dos dons de curar. Contudo, esses períodos de cura tiveram um claro objetivo de atestar a presença de Deus entre o povo. No Antigo Testamento, podemos observar que a cura divina manifestava- se nas promessas (Dt 7.15). Entretanto, durante a peregrinação do povo no deserto, o Senhor vinculou a remoção de enfermidades com a sincera devoção de seu povo, pois a cada vez que era solicitada sua presença, ele os livrava das enfermidades por meio de sua revelação como Jeová Rafá, o “Senhor que te sara”. Deus apresentava-se como aquele que sara o homem de todo o trauma emocional, bem como das doenças físicas. E também na vinda do redentor, cujo sacrifício tiraria do homem todos os pecados e enfermidades (Is 53.4; Mt 8.16-17). No Novo Testamento, podemos observar a manifestação da cura divina no ministério de nosso Senhor. Nele estão relatadas 35 curas, dentre as quais as registradas em Mateus 8.2-17, 9.1-8, 20-22, 27-31 e 20.29-34. Encontramos também facetas desse dom na missão dos doze discípulos (Lc 9.1), dos setenta (Lc 10.9), na Grande Comissão (Mc 16.15,16) e no período da Igreja apostólica, em que as curas acompanhavam a pregação do evangelho (At 3.18; 9.33-34). No exercício desse dom deve haver discernimento, pois a maior parte das enfermidades é de origem natural. Outras doenças podem ter origem na natureza pecaminosa do homem como também podem ser consequência de participação indigna na Ceia (1 Co 11.29) ou uma provação do Senhor. As enfermidades fazem parte da natureza humana, como no caso de Timóteo, que tinha um problema estomacal (“Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23) e Epafrodito, que, ao visitar o apóstolo Paulo, adoeceu mortalmente (Fp 2.27). Deus não o curou de imediato, mas atendeu a sua oração.
Entretanto, a Bíblia desafia a todos os cristãos a orarem pelos enfermos (Mc 16.18). Como função universal, cada crente pode orar pela cura de outro, mas não existe uma garantia de que a cura divina vai ocorrer. 
Paradoxalmente, as Escrituras também ensinam que quem deve orar são os presbíteros (Tg 5.14-15) e aqueles que possuem o dom de curar, pois eles também contam com o dom da fé e quando oram exercitam a oração da fé que salvará o doente. Sobre tal questão, o pastor Orlando Boyer, de saudosa memória, foi enfático: “Os crentes que não têm o dom de curar podem, ao menos, levar os enfermos à porta do templo”. Em relação a este ponto, Paulo pergunta: “Têm todos dons de curar?” (1 Co 12.30). Ele possivelmente fez esse questionamento porque havia em Corinto excessos quanto ao uso dos dons de curar, pois queriam manipular a operação divina tão somente porque tinham tal dom. Quando o apóstolo Pedro disse ao coxo ‘‘o que tenho, isso te dou” (At 8.36), a expressão “o que tenho” está no singular, podendo significar que o apóstolo havia recebido uma porção momentânea do dom de curar para ministrar às pessoas, dependendo de suas situações. Todavia, tal interpretação é pouco aceita nos círculos teológicos. Em seu ministério terreno, o Senhor Jesus nunca iludiu ninguém; todos por quem ele orou foram curados, havendo sempre propósitos em suas orações. Será que hoje alguns ministros não estão brincando com a fé simples dos crentes? Quanto aos dons de curar, devem ser analisadas algumas questões práticas, tais como: a cura pode ser gradual (Mc 8.22-26); as doenças não significam que a pessoa está em pecado ou é castigada por Deus (Jo 5.1-15; 9.1-3); as curas não dependem dos dons de curar; nem todos os doentes serão curados e as curas não são propriedade de nenhum grupo, ministério ou igreja, o que anula a arrogância de alguns grupos que, com atitudes sectárias, julgam-se donos dos dons de curar.

Áreas de atuação
Visita aos hospitais e aos enfermos
Oração nos cultos
Grupo de intercessão
Culto e grupo de oração

Exemplos práticos

Os dons de curar continuam se manifestando no ministério de muitos evangelistas, que são grandemente usados por Deus. Eu mesmo já presenciei em minha própria família algumas curas, como a de minha mãe, Ângela Martins, que teve leucemia, e de minha filha. No dia 22 de novembro de 2007, nasceu Larissa Eduarda de Oliveira Martins, minha primeira filha. Durante o parto, pude sentir a indescritível sensação de olhar pela primeira vez para ela, após nove meses. Meu coração acelerou, pois Larissa me alegrou com o seu lindo sorriso e completou nossa vida com o seu amor. Entretanto, ela precisou ficar internada na UTI durante 31 dias, pois nasceu com uma bactéria. De cada dez bebês que nascem com essa bactéria, cinco morrem. Então buscamos a face do Senhor em oração constantemente, e a cada dia que passava confiávamos cada vez mais na sua cura. O Senhor teve misericórdia de nós e curou Larissa. Glória a Deus por isso! 

Cuidados em relação aos dons de curar

Muitos obreiros usados por Deus tendem a se considerar como peças-chave para a cura, quando, na verdade, toda cura deve ser efetuada no nome de Jesus (“… porque sem mim nada podeis fazer” ‒ Jo 15.5). Outros atribuem à falta de fé o fato de alguns não serem curados. Os que agem dessa forma se esquecem da vontade de Deus (Rm 12.2), que só pode ser realizada segundo o beneplácito da sua vontade, pois dele é o querer e o efetuar. 
Outra atitude incorreta é classificar, por desconhecimento bíblico ou falta de fé, como charlatanismo todo tipo de cura. O Senhor continua a curar hoje, basta o propósito divino para tanto. Toda cura em que o nome de Jesus é glorificado é de Deus, mas se quem a ministra é mais exaltado do que o Senhor, então ela não pode ser aceita, pois Deus não divide sua glória com o homem.

Você que deseja saber mais sore os dons espirituais, leia o livro "Um presente de Deus para você", editado pela editora Candeia. 

segunda-feira, 13 de março de 2017

DESMISTIFICANDO A PALAVRA "RHEMA".

 Orlando Martins

Com o advento dos dons espirituais aflorando no meio eclesiástico, os pulpitos evangélicos  passaram a respirar carisma e tudo basicamente que nasce nessas tribunas tem ou acaba tendo um fundo carismático e isso é muito importante, porque a obra de Deus deve ser realizada no poder do Espírito. Desta feita vão surgindo experiências entre o povo de Deus, algumas espirituais, já outras emocionais, sendo que as emocionais acabam ganhando mais força e notoriedade, por meio dos pregadores que ministram de modo emocional e que gostam de frases de efeito, chavões evangélicos, tipologias e figuras de linguagem, sendo que,  para legitimar suas prédicas, costumam afirmar que possuem uma "revelação", baseados na palavra Rhema.
Infelizmente esta é uma realidade que acontece principalmente nas igrejas neopentecostais e ultrapentecostais, sendo que, infelizmente, muitos pregadores não buscam compreender o estudo do texto de modo profundo, mas, para legitimar suas falas, botam na conta de Deus, afinal, quem irá ter a coragem de questionar estes pregadores profundos e espirituais que afirmam que possuem uma compreensão espiritual de um texto bíblico que ninguém alcançou, nem mesmo os maiores especialistas em exegese bíblica. Baseados no achismo e na eisegese[1], os pregadores da confissão positiva procuram criar uma diferença entre os termos gregos "logos" e "rhema", pois alegam que “logos” é a palavra escrita de Deus (como a temos na Bíblia), ao passo que, “rhema” é a palavra revelada de Deus para cada indivíduo através do Espirito Santo para uma situação específica, portanto, “Rhema” é a “palavra” que eles usam para “decretar” com o objetivo de trazer a prosperidade ou cura, e legitimar qualquer “revelação” de um ponto de vista pessoal sobre uma passagem bíblica. Portanto, em nome da Rhema, muitas heresias já foram legitimadas e interpretações absurdas foram sendo absorvidas pela igreja,  afinal,  quem irá questionar um ministro da palavra que afirma ter tido uma Rhema de Deus. 
Entretanto, diametralmente oposto aos ensinos da confissão positiva, as palavras gregas “rhema” e “logos”, são usadas alternadamente no texto da septuaginta[2], que traduz tanto “logos” como “rhema” a partir da palavra hebraica “dabar”, que significa “palavra falada ou escrita; discurso, o assunto do discurso, uma unidade mínima do discurso”, sendo que basicamente a única diferença existente entre “logos” e “rhema” é apenas de estilo literário e não de significado.  Sendo assim, basta um estudo mais profundo de ambos os termos, para concluirmos que não existe nenhuma diferença entre estes dois vocábulos no grego original, onde, muitas vezes, eles são usados como sinônimos. Portanto, o termo “rhema” significa “palavra, qualquer coisa falada, assunto do discurso”, enquanto “logos” apresenta uma extensa variedade de significados como: “palavra, discurso, pregação, relato, etc.”. Mas ambos os termos são concordantes.
Baseado na exegese[3] o Dr. Russel Shedd de saudosa memória, afirmou que Pedro não fez distinção sobre estes termos em sua primeira carta, capítulo 1.23-25: "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra (logos) de Deus, viva que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra (rhema) do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra (rhema) que entre vós foi evangelizada".[4] Deste modo, como podemos observar, na mente do apóstolo não havia distinção entre estas palavras. Sendo assim, fica desfeita a pretensão dos proponentes da Confissão Positiva que querem forçar uma interpretação exagerada destes termos.
Portanto, analisando o quadro atual do movimento evangélico, observamos que a falta de ensino teológico de qualidade, acaba criando campo para os exageros como o triunfalismo e a confissão positiva que são muito comuns nas chamadas igrejas neopentecostais.  Como crentes e conhecedores da Teologia Bíblica, devemos cuidar com aqueles que procuram legitimar sua fala por meio de uma rhema “revelação” única e inquestionável sobre uma passagem bíblica. Entretanto, o estudante da Bíblia, pode claramente observar que esta diferenciação entre "logos" e "rhema" não tem base bíblica e representa o momento típico dos dias em que vivemos em se falando de teologia, onde o triunfalismo, a confissão positiva, o reteté e o ultrapentecostalismo ganham força, pois, muitos não querem ler, e muito menos analisar com cuidado e  amor a palavra de Deus.






[1] Eisegese: interpretação de acordo com os pressupostos pessoais e emocionais.
[2] Septuaginta: tradução dos setenta, quando o texto foi traduzido do hebraico, para o grego.
[3] Exegese: interpretação de dentro do texto para fora.
[4] ROMEIRO, Paulo. Super crentes. São Paulo: Mundo Cristão, 1993, p. 26.

quarta-feira, 8 de março de 2017

PROFUNDIDADE BÍBLICA - O QUE É O FUNDO DE UMA AGULHA NA CULTURA HEBRAICA?

Mateus 19:24: “...é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. 


O contexto desse enigma  bíblico trata de um jovem rico que amava tanto as suas riquezas que elas lhe serviam de impedimento para a vida deste. A mensagem é clara. Os indivíduos de mentalidade materialista que consomem a vida procurando adquirir bens materiais, só encontram satisfação nas riquezas ou na busca delas; e somente em casos raríssimos é que chegam a se importarem com as questões espirituais para encontrar a vida eterna. Porém, seria um erro aplicarmos o texto somente aos ricos, porquanto o materialismo tem realizado a sua devastação moral até mesmo entre os pobres. Ao falar sobre a impossibilidade desse tipo de pessoas entrarem no reino de Deus, Jesus pregou a ilustração que é a impossibilidade de um "camelo passar pelo buraco de uma agulha". Alguns têm imaginado que o buraco de agulha referido fosse uma portinhola, no muro de Jerusalém, através do qual pudesse passar finalmente um camelo, depois de muitos puxões e empurrões; outros admitem que a expressão camelo, que no grego representa uma pequena modificação de "Kamelos" para "Kamilos", trata de uma corda grossa ou um cabo, mas isso só diminuiu a impossibilidade do ato. Todavia, o grego de Mateus 19.24 e de Marcos 10.25 fala de uma agulha usada com linha, enquanto que o de Lucas 18.25 usa o termo médico que indicava uma agulha usada nas operações cirúrgicas. É evidente que ali não é considerada nenhuma portinhola, mas sim, o pequenino buraco de uma agulha de costura. Provavelmente era um provérbio incomum para ilustrar coisas impossíveis. O Talmude fala por duas vezes de um elefante para o qual é impossível passar pelo buraco de uma agulha. Por conseguinte, quem quer que ame as riquezas, a ponto de isso impedi-lo de confiar em Jesus Cristo como Salvador, está na impossibilidade de ser salvo.


Em resposta à pergunta feita pelos discípulos: "Então quem pode ser salvo?" Jesus respondeu: "Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus", Lc 18.27. Nessa frase, as palavras "dos" e "para" são uma só no original, cujo sentido literal é "ao lado". Tome-se o lado do homem, na questão das riquezas, e torna-se-á impossível a salvação. Porém,-tome-se o lado de Deus sobre a questão e a impossibilidade anterior se transformará em possibilidade.




segunda-feira, 6 de março de 2017

ASSISTA O MEU VÍDEO SOBRE BIBLIOLOGIA.


Assista ao meu vídeo "O que é Bibliologia"
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domingo, 5 de março de 2017

A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO - ENSAIO ACADÊMICO.

Autor: Orlando Martins
(Ensaio do livro: Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra de Leonardo Boff  e editado pela editora Vozes).

                                                          
O Cuidado é um dos elementos mais importantes da vida, visto que aponta para o ideal ético e não para o isolamento, sendo esta uma das marcas da sociedade atual, onde infelizmente a maioria das pessoas procuram se isolar, pois buscam apenas o seu próprio interesse e se esquecem do interesse da coletividade. Portanto, nossa sociedade vai paulatinamente se afastando dos princípios que sempre permearam a humanidade como a comunhão, o comprometimento, o companheirismo, e cada vez mais as pessoas vão se isolando em seus mundos particulares, ficando restritos aos seus círculos pessoais. O autor, apresenta em seu livro, o significado do cuidado, sendo esta a proposta de uma nova ética para a conduta humana nas relações com o meio e com o outro o que gera a capacidade de sentir, viver e conviver, aprendendo a cuidar.
No livro, o autor aborda diversos aspectos sobre a importância do cuidado e como a sociedade moderna tem se distanciado da simplicidade por meio da inversão de valores, o que faz com que as pessoas busquem mais o ter do que o ser. De acordo com o frei Leonardo Boff: “A sociedade contemporânea, chamada sociedade do conhecimento e da comunicação, está criando, contraditoriamente, cada vez mais incomunicação e solidão entre as pessoas. A Internet pode conectar-nos com milhões de pessoas sem precisarmos encontrar alguém. Pode-se comprar, pagar as contas, trabalhar, pedir comida, assistir a um filme sem falar com ninguém. Para viajar, conhecer países, visitar pinacotecas, não precisamos sair de casa. Tudo vem à nossa casa via online.” (BOFF,1999.p.1).No entanto, nossa sociedade deve voltar ao caminho do cuidado, o que tem sido relegado a segundo plano pela ciência modernista como relata Boff: “Essa anti-realidade afeta a vida humana naquilo que ela possui de mais fundamental: o cuidado e a compaixão. Mitos antigos e pensadores contemporâneos dos mais profundos nos ensinam que a essência humana não se encontra tanto na inteligência, na liberdade ou na criatividade, mas basicamente no cuidado. ” (BOFF;1999.p.1).
Sendo assim, nossa sociedade deve buscar ressignificar os seus valores e resgatar novamente a importância do cuidado, pois o resgate da essência humana, impreterivelmente passa por esta atitude, sendo uma volta as práticas e aos princípios de humanidade, quando o ser humano se torna de fato um ser humanizado, como relata Boff: “O sintoma mais doloroso, já constatado há décadas por sérios analistas e pensadores contemporâneos, é um difuso mal-estar da civilização. Aparece sob o fenômeno do cuidado, do descaso e do abandono, numa palavra, da falta de cuidado. Há um descuido e um descaso pela vida. ” (BOFF, 1999.p.3).
            Destarte, o cuidado deve permear o pensamento humano, pois, pela falta de cuidado, a sociedade tem pago caro seja através dos efeitos negativos na natureza, como pelo crescente individualismo, que tem dominado o estilo de vida das pessoas, gerando uma sociedade antropocêntrica, onde as pessoas não pensam mais uma nas outras, como nos relata Leonardo Boff: “O que nossa civilização precisa é superar a ditadura do modo-de- ser-trabalho produção-dominação. Ela nos mantém reféns de uma lógica que hoje se mostra destrutiva da Terra e de seus recursos, das relações entre os povos, das interações entre capital e trabalho, da espiritualidade e de nosso sentido de pertença a um destino Comum. Libertados dos trabalhos estafantes e desumanizadores, agora feitos pelas máquinas automáticas, recuperaríamos o trabalho em seu sentido antropológico originário, como plasmarão da natureza e como atividade criativa, trabalho capaz de realizar o ser humano e de construir sentidos cada vez mais integradores com a dinâmica da natureza e do universo. ” (BOFF, 1999.p.41). Sendo assim, nossa sociedade deve empreender por meio de uma busca coletiva, o resgate do sentido holístico, ou seja o cuidado integral do ser, algo tão ignorado pela ciência modernista, mas, que ensina cada pessoa a interagir não apenas consigo mesmo, mas, com o seu semelhante, o que gera o relacionamento interpessoal,  como bem dialoga neste ensaio o frei Leonardo Boff, pois com suas reflexões, ele leva cada leitor a refletir a importância do cuidado como uma missão de vida e não apenas uma obrigação diária.
            Portanto, o cuidado deve gerar vida nos relacionamentos, pois, por meio do cuidado as pessoas se sentem amadas, a partir nova ética a partir de uma nova ótica, que englobe as dimensões do cuidado que são bem trabalhados pelo autor: O modo-de-ser-trabalho; O modo-de-ser-cuidado; A ternura vital; A cordialidade fundamental; A convivialidade necessária ;A compaixão radical; Cuidado com o outro; Cuidado com os pobres e oprimidos ; Cuidado com nosso corpo na saúde e na doença; Cuidado com a cura integral do ser humano; Cuidado com a nossa alma, os anjos e os demônios interiores; Cuidado com o nosso espírito, os grandes sonhos e Deus. De acordo com Leonardo Boff:  “Cuidar é mais que um ato, é uma atitude (BOFF, 1999, p.33).
Enfim, o ser humano como ser social, é fruto de suas relações com o seu próximo, sendo isso fundamental para a construção da identidade humana, em uma sociedade desumanizada e deste modo, devemos olhar com atenção para o passado, pois através de muitos relatos, livros sagrados e mitos antigos, podemos compreender a importância do cuidar, como por exemplo na tradição cristã, onde podemos observar claramente os ensinamentos de Cristo, que servem de  modelo de ética pessoal, seja por meio do servir e do cuidar.   Deste modo, quando compreendemos a importância do servir, iremos praticar o cuidar que se preocupa com a construção das relações humanas, que geram qualidade de vida e mais aproximação entre as pessoas, por isso recomenda-se a leitura deste livro que propõe uma visão acerca da dimensão do cuidado seja nas relações humanas, ou com o ambiente que nos cerca, o que legitima o título do livro ética do humano-compaixão pela terra, o que gera  cuidado pela terra, pelas pessoas e pelo meio ambiente que nos cerca, o que por conseguinte justifica a máxima do servir e do cuidar.

Orlando Eduardo Capellão Martins
Ensaio do livro Saber Cuidar, e apresentando como trabalho no mestrado profissional em Teologia das Faculdades EST.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOFF, Leornardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. Editora Vozes.

Petrópolis, Rio de Janeiro, 1999. Pág. 199.

sexta-feira, 3 de março de 2017

QUANTOS DONS EXISTEM?

QUANTOS DONS EXISTEM?
(Segundo texto da série "Um presente de Deus para você")
Na Bíblia existem diversos dons, mas, neste estudo listei 21, divididos em três classes: Os dons de serviço vocacional (Rm 12.6-8); os dons ministeriais(Ef 4.11) e os dons do Espírito Santo (I Co 12.8-10).
Dons do Espírito Santo (I Co 12.8-11)
Palavra da sabedoria
Palavra do conhecimento
Dom da fé
Dons de curar
Sinais e maravilhas
Profecia
Discernimento de espíritos
Variedade de línguas
Interpretação de línguas
Dons de serviço vocacional (Rm 12.6-8)
Profecia (Mensageiro)
Ministério
Ensino
Exortação
Repartir
Presidir
Compaixão
Dons ministeriais (Ef4:11)
Apóstolos
Profetas
Evangelistas
Pastores
Mestres

Orlando Martins

Você pode saber mais sobre este tema, lendo o livro "Um presente de Deus para você", editado pela editora Candeia

Estude Teologia online, acesse: www.evangelho.org

O Evangelho.org é uma organização cristã dedicada a equipar líderes e fortalecer cristãos em todo mundo, fornecendo conteúdo fiel a palavra...