segunda-feira, 11 de abril de 2016

EXISTE EVANGÉLICO SUPERSTICIOSO?


Um evangélico pode ser supersticioso? Pode, e neste texto, veremos como algumas pessoas se deixam levar por práticas supersticiosas. O termo superstição deriva do latim "supersto", que significa pairar por cima, ameaçar, dando a entender algum tipo de temor ou receio religioso, em face do desconhecido ou de forças naturais potencialmente negativas como os falsos deuses, a sorte, o destino etc. Durante a Idade Média, o clero católico, envaidecido de suas conquistas terrenas, diabolizava tudo que fosse contrário ao pensamento dominante, ensinando diversos tipos de superstições, como rezas, amuletos e histórias com fundo dominativo e interesseiro, afirmando que a terra era quadrada, e quem afirmasse o contrário era queimado na fogueira. Chegavam também a afirmar que a peste negra era um castigo dos céus, ou que quem navegasse pelos mares iria cair no abismo do grande dragão, pois ensinavam que a terra era quadrada. Como consequência desses ensinamentos, o povo apegava-se facilmente em anjos, imagens, símbolos ou amuletos. Com o advento da reforma protestante, essa influência tem sido paulatinamente eliminada. Desde a sua chegada ao Brasil, os protestantes buscam combater esses costumes, embora,em alguns casos, isso tenha se tornado uma tarefa cada vez mais difícil.Essa mistura tem se mostrado tão renitente a ponto de influenciar até mesmo os crentes em Jesus. Por falta de um discipulado sério, muitos se tornam cristãos, mas não abandonam o comportamento medroso e acabam trazendo para o seio da Igreja as velhas manias outrora usadas em outras linhas religiosas. Acabam apenas fazendo uma transferência de valores, substituindo amuletos de sorte pela caixa de promessas, por exemplo. A caixinha de promessas é uma bênção, quando usada com sabedoria e não como uma caixinha mágica. Em alguns lugares existem práticas no minimo questionáveis a luz da palavra, tais como: culto aos anjos (Cl 2.18), falsas profecias (Mt 24.11), modismos antibíblicos, quebra de maldição hereditária, caneta ungida, uso de amuletos e outros ventos de doutrina, que infelizmente, acabam gerando a superstição entre muitos cristãos. 
Estes, muitas vezes, por falta de uma aproximação genuína com a palavra, acabam seguindo qualquer vento de doutrina, a exemplo dos atenienses (At 17.21),sendo presa fácil para qualquer modismo.

A Leitura da palavra, nos liberta de toda e qualquer superstição!
Orlando Martins
pastor, jornalista, teólogo, escritor e professor

sábado, 9 de abril de 2016

Fruto do Espírito, um desafio diário!

Pr. Orlando Martins

Gálatas 5:22-23 nos diz: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio..."

 O fruto do Espírito é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão. A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo no momento em que aceitam a Jesus (Romanos 8:9; 1 Coríntios 12:13; Efésios 1:13-14), sendo que o principal propósito do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar a sua vida e torna-lo parecido com Jesus. Os atributos que compõe o fruto do Espírito estão em direto contraste com as obras da carne que encontra-se exposto em Gálatas 5:19-21: "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam." Gálatas 5:19-21 descreve a vida das pessoas, em proporções diferentes, quando elas não conhecem a Cristo e, portanto, não estão sob a influência do Espírito Santo. Nossa carne pecaminosa produz certos tipos de fruto (Gálatas 5:19-21), e o Espírito Santo produz outros tipos de fruto (Gálatas 5:22-23).

A vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e os atributos que compõe o fruto do Espírito .Esta sim é a principal obra do Espírito, pois o Senhor está interessado num povo santo e de boas obras, que busque a santificação, tenha caráter e santidade para que assim possa fazer a diferença e implantar os valores do Reino entre os homens: " Porque o Reino de Deus, não é comida e bebida, mas paz, alegria e justiça no Espírito Santo".

DEFINIÇÃO TEOLÓGICA DO FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

A Missão do Espírito Santo é conduzir o homem a toda a verdade transmitindo a este as palavras de Cristo, fazendo-os lembrar (Jo 5.39), através da espada do Espírito (Ef 6.17), transmitindo ao homem a capacidade de ser alvo da plenitude do Senhor. Para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual a largura, e o comprimento, e altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3.17-19). Através do Fruto do Espírito Santo estas virtudes se manifestam na vida do crente e este é cheio do Espírito Santo (Ef 5.18).
O Fruto do Espírito constitui-se em expressões do caráter de Cristo em nossas vidas, pois nos torna mais parecidos com o nosso mestre, restaurando o homem à imagem de Cristo (Rm 8.29, Cl 3.10), sendo que o Fruto do Espírito Santo produz santificação, pois ajuda o crente a ser mais submisso ao senhorio de Cristo através da limpeza pela palavra (Jo 15.3), o que conduzira o homem à santificação (Jo 17.17), apresentando a verdade (Jo 8.32, 36), tornando o salvo um eterno discípulo de nosso Senhor (Jo 8.31), o que irá ajudar o crente a dominar a sua velha natureza (II Co 5.17, Gl 5.16-17) e pontualmente desembocará no processo de santificação pautado pela palavra, que acontece de dentro para fora, ou seja começa no interior e reflete no caráter, demonstrando realmente o que é andar no espírito (Gl 5.16), manifestando assim a verdadeira santidade. "Com isto, não são as obras que fazem o homem ser bom, mas o homem bom faz as boas obras" (Martinho Lutero). Contrariando assim aquele velho ensino de que santidade possui correlação, com o legalismo, como alguns antigamente ensinavam. Para concluir este tópico acerca do tema supracitado, devemos devemos atentar que a palavra fruto encontra-se no singular e não no plural o que demonstra que é um fruto subdividido em nove atributos ou virtudes que tem no amor a sua origem, sendo esta a plataforma para a operação de todos os atributos que compõe o fruto do Espírito (Gl 5.22, I Co 13.1,4-8), pois quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor (I Jo 4.7-8).

VIRTUDES QUE COMPÕE O FRUTO DO ESPÍRITO

AMOR: No original grego a palavra amor tem vários significados, podendo primeiramente ser definido como amor ágape, fileo ou storge. Como virtude principal e inicial do fruto do Espírito o amor aqui relatado é o ágape, ou seja, o amor divino.Este amor emana de Deus para o homem, pois o Senhor é a fonte de todo o amor (I Jo 4.8). O pastor Russel Norman Champlim em sua enciclopédia define este amor como." Um desejo intenso de agradar a Deus de fazer o bem à humanidade; a própria alma e o espírito de toda a verdadeira religião; cumprimento da lei e aquilo que dá energia a fé". Nós o amamos porque ele nos amou primeiro, e se somos regenerados pela sua graça e justificados pela fé, recebemos o amor de Deus que excede a todo o entendimento (Ef 3.18), cumprindo com isto os dois principais mandamentos da lei que foram enfatizados nos ensinos de Jesus quando este debatia principalmente com os escribas e fariseus, como no caso do debate inicial sobre o cumprimento da lei para herdar a vida eterna o que culminou com Jesus relatando a parábola do Samaritano. "Amarás ao Senhor, teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo (Lc 10.27)". Agindo segundo este ensinamento passaremos realmente a possuir a plataforma para as outras virtudes do fruto do Espírito e cumpriremos cabalmente e com total integridade a religião pura e verdadeira, como ensina-nos Tiago o líder da igreja em Jerusalém e irmão de nosso mestre: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se da corrupção do mundo. (Tg 1.27)".Mediante este ensino exposto por Tiago o bispo de Jerusalém, devemos amar ao próximo, como a nós mesmos, pois mesmo se eu falasse a língua dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine (I Co 13.1), por isto devemos analisar o décimo terceiro capitulo da primeira epistola de Paulo a igreja de Corinto, analisando que: "A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta. A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão, havendo ciência, desaparecerá; porque em parte conhecemos e, em parte profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado".(I Co 13.4-10 ARC)" Analisando estes versículos sintomaticamente concluímos que o caminho para a santificação é a conservação diária do fruto que expressão o caráter de Cristo em nossas vidas.



GOZO: No original grego essa expressão é "chara", e trata-se daquela qualidade de vida que é graciosa, e bondosa, caracterizando-se pela generosidade na dádiva aos outros, o que é resultado de um senso de bem-estar e prazer na presença de Deus, o que é derivado de uma intimidade com o Senhor mediante a palavra (Os 6.3), o que gera regozijo no Espírito. Este gozo envolve todas as áreas de nossas vidas nos tornando mais tranquilos e sensatos diante das situações, mesmo as mais adversas. Para entendermos este gozo basta analisamos o Salmo 23.1, quando o Rei Davi assim exclama: O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Diferente do que muitos pretensos teólogos pensam este nada me faltará não se encontra ligado apenas ligado a bens materiais, mas a presença de Deus, pois quando realmente meditamos na palavra somos prósperos espiritualmente (Js 1.8), confiantes em Deus (Sl 46.10), sabedores de que mesmo que nunca nos falte dias de tribulações ou de alegrias devemos estar sempre satisfeitos (I Tm 6.8), pois como o Senhor ensinou a Paulo ele também deseja nos ensinar: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo, pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. (II Co 12.9-10)". Devemos ser gratos a Deus em tudo porque escrevendo aos efésios Paulo assim nos ensinou: Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Quando entendemos verdadeiramente o que é a alegria no Espírito , teremos o gozo na alma como um refrigério que mesmo diante das piores situações, sendo que a graça do Senhor nos sustenta para nos mantermos fieis a sua palavra, não que não podemos sofrer, mas este refrigério nos ajudará a não deixarmos a nossa fé no eterno ir embora. Como também nos dias de alegria, esta virtude irá nos ensinar a atribuir a Deus todas as nossas conquistas diárias, para que assim não venhamos a nos ensoberbecer, mas sempre regozijarmos no Espírito Santo pelas nossas vitórias pessoais, pois isto é dádiva dele.

PAZ: Como virtude do Espírito é a paz que excede a todo o entendimento. Foi pelo intermédio da cruz que Deus estabeleceu a paz (Cl 1.20). A paz envolve muito mais do que uma simples tranqüilidade, ela se encontra totalmente ligada a transformação segundo a imagem de Cristo, onde passamos a desenvolver a mente de Cristo (Rm 12.1-2). Assim o crente sabe qual é a boa, a perfeita e a agradável vontade de Deus passando a desenvolver a maturidade cristã que irá permite-lo viver em paz com todos (I Ts 5.13, Hb 12.14). Abandonando assim por completo as implicações do eu humano, sabendo que como cristãos nossa maior preocupação deve ser refletir a pessoa de Cristo com nossas atitudes e busca sempre paz tanto interior como com todos. O Reino de Deus é paz (Rm 14.17), porque Deus é Deus de paz (Fp 4.9, II Ts 3.16), e é ele quem nos outorga a paz de Deus (Cl 3.15), que excede a todo o entendimento (Fp 4.7), pois as coisas do Espírito são loucura para aqueles que não são da fé. A paz faz do crente um pacificador (Pv 15.18), alguém que com sua palavra transmite paz, segurança e amor: A palavra dura suscita a irá, mas a palavra branda desvia o furor (Pv 15.1). Como crentes devemos procurar manter o vínculo da paz com todos, sejam estes crentes ou descrentes (Rm 12.18). Agindo assim iremos honrar as palavras de Cristo. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14.27). Que a paz de Deus seja sempre o arbitro em todas as nossas atitudes e que por meio desta paz, façamos a diferença num mundo em volta de tendências pós-modernas.

LONGANIMIDADE: No grego é "makruthumia" que significa uma qualidade atribuída a Deus, ou seja, que ele tolera pacificamente todas as iniquidades do homem. Transliterando para a língua portuguesa é animo longo o que significa aquele que tem paciência diante de várias situações, em vez de ter animo precipitado (Pv 14.29). Na Bíblia encontramos referências sobre a longanimidade de Deus (I Pe 3.20), Jesus demonstrou toda a sua longanimidade diante de todas as situações ao qual foi alvo no seu ministério terreno. O Amor de Deus é derramado em nossos corações através da obra do Espírito Santo (Rm 5.5), assim esta virtude irá ajudar o cristão a ser longânimo tanto com os seus irmãos, como em todas as situações de sua vida. Só mesmo com paciência para aguentarmos o fardo do dia a dia, mas se tivermos o amor como plataforma, o gozo na alma como regozijo e a paz de Deus que excede a todo o entendimento como marca, certamente então demonstraremos o ânimo longo em todas as nossas atitudes, sendo uma expressão do domínio próprio, diante de todos os tipos de situações, sejam elas favoráveis ou não. Quando temos ânimo longo nos lembramos das palavras de nosso Senhor quando assim ensinou: Basta a cada dia o seu mal. (Mt 6.34).

BENIGNIDADE: No original grego é "chestotes", que significa gentileza e bondade. Este termo também pode indicar excelência de caráter, honestidade, sendo Deus a sua fonte originaria e Cristo foi quem melhor exemplificou esta qualidade, passando a ser o nosso modelo Máximo de benignidade. O cristão que possui este atributo é gracioso, gentil, educado e amável. Na Bíblia podemos encontrar o exemplo de benignidade de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo (II Co 10.1). Paulo orienta a igreja de Corinto a viver na benignidade e no espírito, ou seja, viver de uma forma espiritual e com amor, para que possa transmitir isto com atitudes reais e não com hipocrisias ou com os problemas que ocorriam na cidade de Corinto em decorrência da falta de uma vida de benignidade e no Espírito (II Co 6.6). "Os seguidores do evangelho não devem se inflexíveis e amargos, mas antes gentis e suaves (Martinho Lutero)". Segundo Mathew Henry devemos viver com: Doçura de temperamento, sobretudo para com os inferiores, predispondo-nos a uma atitude afável e cortês, que nos deixa facilmente abordáveis, quando alguém nos magoa.

BONDADE: O Termo grego usado para bondade é "agathosune" que significa retidão, prosperidade e gentileza. Sobre este tema o apóstolo Paulo orienta os crentes em Roma:" Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestardes uns aos outros". (Rm 15.14). Assim a bondade funciona como uma qualidade de generosidade e de ação gentil para com outras pessoas, sobre este tema Martinho Lutero assim expressou: "Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em necessidade”. Este é grande desafio da bondade, transformar a mera reflexão em ação, ou seja, não ser bondoso apenas de palavras, mas com ações, amar realmente o próximo e lembra-se todos os dias que o meu próximo não é aquele que eu encontro pelos caminhos da vida, mas aqueles em cujo caminho eu me coloco. A bondade expressa a humildade que é a beleza da santidade, realmente se trilharmos caminhos bons, construiremos pontes entre as pessoas e não muralhas, seremos conhecidos não apenas pelo que pregamos, mas pelo que realizamos em vida, pois o grande interesse da vida não é apenas viver, mas deixar marcas.

FIDELIDADE: No original grego é "pistis", que significa fidelidade ou confiança. Esta fidelidade indubitavelmente tem a ver com a fé, pois quando temos uma fé com fundamento (I Jo 5.4), verdadeiramente somos fieis a palavra, pois procuramos viver segundo os ditames da sã doutrina. A fé é gerada em nós pelo ouvir e o ouvir vem pela pregação da palavra (Rm 10.17), assim quando nossa fé é baseada nas escrituras e não em emoções somos discípulos de Cristo (Jo 8.31), o que irá nos tornar fieis ao Senhor. Esta fidelidade é gerada em nós através da fé salvadora, que é o meio pelo qual o Espírito Santo gera em nós fé para aceitarmos o convite da salvação (Ef 2.8-9). A fé não é produto humano, mas uma ação divina, pois não vem de nós, mas é dom de Deus, é dado aquele que Jesus convida a salvação mediante a fé salvadora que é transmitida pela pregação da palavra de Deus. A fidelidade à doutrina é de suma importância para o caminhar cristão, pois o justo viverá da fé e caminhara de fé em fé rumo ao céu (Jo 1.17).

MANSIDÃO: O vocábulo grego para mansidão é "prautes", que significa placidez e modéstia. Esta é uma das qualidades expressadas no sermão da montanha para aqueles que herdarão a terra. Os mansos herdarão a terra (Mt 5.5). Esta era uma das qualidades de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma". (Mt 11.29). A mansidão é associada com a mente de Cristo, consistindo-se em gentileza e bons tratos com o próximo, pois são marcas indissociáveis de quem possui a mente de Cristo. Ele nos ensinou mansidão (Lc 6.27-29), os servos de Deus devem possuir este atributo (Tg 3.13), e se revestirem continuamente de mansidão (Cl 3.12), para que possamos ter bom trato com os outros, um olhar mais humano sobre todos os acontecimentos do dia a dia, olhando tudo em volta com humildade e sobriedade, para que assim possamos nos conservar pacíficos, com serenidade e brandura que devem ser as marcas de um verdadeiro cristão.

TEMPERANÇA OU DOMÍNIO PRÓPRIO: No grego é "egkrateia" que significa autocontrole, referindo-se a autodisciplina que um cristão precisa ter em sua vida. Tiago em sua epistola assim ensina: "Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito e poderoso para refrear todo o corpo". (Tg 3.2). Muitas vezes o egoísmo e as contendas querem prevalecer em nossas vidas, por isso devemos buscar aniquilar as obras da carne, para viver uma vida de moderação (II Tm 1.7), que é uma força contra a carne (Gl 5.17), fazendo com que o crente busque em tudo a direção do espírito (Gl 5.25). Se vivermos no espírito, andemos também no Espírito. Assim devemos procurar andar no espírito (Gl 5.16), pois se assim agirmos somos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18), porque somos guiados pelo Espírito (Gl 5.18) e assim passamos a desenvolver a temperança ou o domínio próprio. A temperança traz ricas bênçãos, pois ajuda o crente a rejeitar o mal (Sl 141.4, Dn 1.8) e lhe dá o domínio para discernir todas as coisas mediante a sua rica experiência com a palavra de Deus (I Ts 5.19, At 10.17).

Orlando Martins


Vice - presidente da AD Mais de Cristo, pastor auxiliar , diretor da FMC  e professor de Teologia em diversas faculdades no estado de SC. Sendo bacharel em jornalismo e Teologia, especialista em educação e mestrando em Teologia pela EST. No campo literário, já escreveu quatro livros, e como jornalista  e escritor, contribui com artigos em blogs, jornais e revistas.

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