segunda-feira, 21 de abril de 2014

SÉRIE OS DONS ESPIRITUAIS - O DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS

O dom de variedade de línguas é a expressão sobrenatural concedida pelo Espírito Santo em língua ou idioma não conhecido pelo portador do dom. No original grego, o dom de variedade de línguas significa “glossolalia” e pode se manifestar na vida do cristão de duas maneiras. 1 - Línguas congregacionais: “Se alguém fala língua, faça-se isso, pois dois ou três, e por sua vez e haja intérprete” (I Co 14.27); 2 - Línguas devocionais: “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus (I Co 14.28). Um bom exemplo é a oração em línguas. O dom possibilita a expressão por meios sobrenaturais de línguas tanto estrangeiras como espirituais, sendo exclusivo somente de alguns membros do corpo de Cristo, como bem ensinou o apóstolo Paulo: “falam todos diversas línguas”? (I Co 12.28). Sobre o estudo de línguas e glossolalia devemos nos reportar primeiramente ao dia de Pentecostes, quando houve a primeira evidência deste dom, que fora manifestado pela evidência de línguas estrangeiras, pois estavam todos reunidos no cenáculo de Jerusalém (At 2.1), há dez dias em oração (At 1.14), e houve o derramamento do Espírito Santo, na hora terceira, ou seja, às nove horas da manhã. Manifestou-se entre eles línguas de dezessete países. Os que estavam reunidos em Jerusalém para a festa de Pentecostes ouviam falar as maravilhas do céu em sua própria língua. Alguns defendem que também houve manifestação de línguas estranhas nesse dia. Na verdade, é mais aceito nos círculos teológicos a manifestação de línguas estranhas na casa de Cornélio (At 10.44-48) e em Éfeso (At 19.1-6), pois nesses textos realmente fia implícito esse tipo de língua.
Analisando minuciosamente à luz de I Coríntios 14, o dom de línguas é derramado segundo o beneplácito da vontade de Deus (I Co 14.1; 12.31), tendo como principal finalidade a glorificação de Deus (I Co 14.5) e edificação própria (I Co 12.4-A), diferentemente do dom de profecia que edifica a Igreja (I Co 12.4-B). Este dom deve ser exercido quando estamos realmente sentindo um gozo na alma, gerado pelo Espírito Santo, brotando naturalmente, num diálogo com Deus com vistas à edificação pessoal.
A língua estranha como dom edifica apenas a quem fala. Quando oramos em línguas ou falamos conosco mesmo (I Co 14.28) não existe a necessidade de interpretação, pois o texto é bem claro: “Fale consigo mesmo e com Deus” (I Co 14.28), devendo ser efetuado em tom de voz baixo, pois estas línguas não edificam ao próximo. O apóstolo Paulo afirma que prefere falar cinco palavras inteligíveis a falar mil palavras ininteligíveis (I Co 14.19). Esse era um dos problemas observados na cidade de Corinto. Eles tinham dons, mas não sabiam exercê-los com amor e submissão à doutrina (Gl 5.22 e I Co 14.40). Um dos maiores agravantes observados em algumas Igrejas ditas carismáticas é o descontrole emocional, pois muitos, por falta de teologia, acabam criando uma cartilha própria, a informalidade, sendo aí valorizadas mais as manifestações exteriores em detrimento das interiores, o que acaba, indiretamente, abrindo campo ao emocionalismo exacerbado e epidérmico, gerando atitudes desconexas e com pouco conteúdo bíblico.
Com o propósito de justificar suas atitudes, alguns afirmam que não conseguem se controlar quando falam em línguas, mas a palavra orienta-nos que o espírito (letra minúscula) é sujeito ao profeta (I Co 14.32). Nosso espírito é sujeito a nós mesmos e temos condições de nos controlar quando falamos em línguas no culto público. Quem age de forma contrária demonstra uma grande falta de conhecimento dessa doutrina.
Um dos dons menos compreendidos pelos pentecostais é o dom de línguas. Infelizmente, nos dias atuais, alguns ministros esquecem-se de que é um dom sobrenatural, que vem do alto, e procuram levar o povo ao frenesi usando frases de efeito coletivo, os velhos jargões evangélicos, para que por meio deles os incautos falem em línguas. Isso é uma heresia! Por ser um dom sobrenatural e concedido pelo Espírito Santo, deve ser exercido com humildade e reverência, pois se trata de um diálogo com o criador: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (I Co 14.2). Se ninguém o entende, então deve ser proferido em tom de voz baixo. O missionário Eurico Bergsten afirma: “Também não é sinal de grande espiritualidade gritar em línguas estranhas durante um culto”. A Bíblia diz: “fale consigo mesmo e com Deus”. Como foi dito, a palavra de Deus não endossa o argumento de alguns, de que o poder é tão grande que não é possível controlar-se. As línguas estranhas não são resultados de um êxtase, mas de uma operação do Espírito Santo em conjunto com o espírito do homem”. Contudo, quando exercido publicamente, na Igreja, em tom de voz alto, o dom necessita de interpretação: “E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a Igreja receba edificação” (I Co 14.5). Deve haver uma profecia (I Co 14.24,25,29), para que os que ouvem sejam consolados, edificados e exortados no Senhor.

Pr. Orlando Martins

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