quarta-feira, 7 de junho de 2017

A HERMENÊUTICA DA REFORMA E O RETORNO AS ESCRITURAS

Orlando Eduardo Capellão Martins


Estamos vivendo em um período caótico no chamado movimento evangélico brasileiro, uma vez que hoje o pragmatismo e o liberalismo teológico tem sido bastante propagados entre os cristãos, sendo que o primeiro tem encontrado maior aceitação no grande centro amplo evangélico brasileiro, já o segundo, encontra maior aceitação entre os acadêmicos e teólogos, visto ser um método racionalista e pouco popular, no entanto, precisamos urgentemente de um retorno a hermenêutica da Reforma, uma vez que, este método, além de contar com a cientificidade, não anula a iluminação do Espírito por meio de uma vida piedosa, mas, busca fazer uma junção entre o estudo e a ação do Espirito na interpretação do texto bíblico.
Para que possamos compreender o porquê estes movimentos tem ganhado campo no meio evangélico, precisamos recorrer à história, sendo que na idade média havia a hermenêutica espiritualista, que contemplava apenas a alegorese, sendo que toda e qualquer interpretação bíblica na sua maioria eram muito fantasiosas, pois encontravam personagens que na maioria das vezes o texto não legitimava tal interpretação, o que gerou grandes problemas teológicos e legitimou o autoritarismo do catolicismo medieval. Desse modo, havia muita espiritualização na idade média, porém, Deus levantou vozes discordantes o que gerou a Reforma Protestante.
Como fruto da Reforma Protestante de 1517 surge o método gramatical-histórico o que legitimou a interpretação do texto de modo mais claro, sério e comprometidos com a analise históricos, sociais, geográficos e cultura dos tempos bíblicos, ou seja, a  hermenêutica reformada, movimento que foi endossado nas sábias palavras de Calvino: “Orare e Labutare”. Portanto, houve um movimento de retorno às escrituras impulsionado pela hermenêutica reformada o que gerou grandes frutos na história da igreja, sendo que muitos ministros foram influenciados por este movimento. Entretanto, com o passar do tempo, foram surgindo muitas escolas de interpretação como a hermenêutica Intuitiva e a hermenêutica existencialista, o que legitimou o surgimento do método histórico-crítico e que posteriormente fortaleceu as bases da Teologia Liberal, fruto do existencialismo.  
Portanto, atualmente é imprescindível um retorno às bases da Hermenêutica da Reforma, visto que, existe muita mistura principalmente no chamado movimento neopentecostal, onde os líderes buscam interpretar um texto de modo intencional, para justificar suas práticas “teológicas”, e assim vão tendo atitudes que lembram e muito o catolicismo medieval, já outros líderes, acabam se envolvendo em um racionalismo tão árido, que já nem sabem mais no que acreditam. Ademais, nunca foi tão importante o resgate do equilíbrio na ação interpretativa do texto, o que pode ser feito por meio do método gramatical-histórico,visto que, a interpretação de uma passagem bíblica não deve ser feito de acordo com nossas premissas pessoais, mas, pelas regras de interpretação da hermenêutica reformada, o que gera equilíbrio e espiritualidade pautada nas escrituras.


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