Orlando Eduardo
Capellão Martins
Estamos
vivendo em um período caótico no chamado movimento evangélico brasileiro, uma
vez que hoje o pragmatismo e o liberalismo teológico tem sido bastante
propagados entre os cristãos, sendo que o primeiro tem encontrado maior
aceitação no grande centro amplo evangélico brasileiro, já o segundo, encontra
maior aceitação entre os acadêmicos e teólogos, visto ser um método
racionalista e pouco popular, no entanto, precisamos urgentemente de um retorno
a hermenêutica da Reforma, uma vez que, este método, além de contar com a
cientificidade, não anula a iluminação do Espírito por meio de uma vida
piedosa, mas, busca fazer uma junção entre o estudo e a ação do Espirito na
interpretação do texto bíblico.
Para que
possamos compreender o porquê estes movimentos tem ganhado campo no meio
evangélico, precisamos recorrer à história, sendo que na idade média havia a
hermenêutica espiritualista, que contemplava apenas a alegorese, sendo que toda
e qualquer interpretação bíblica na sua maioria eram muito fantasiosas, pois
encontravam personagens que na maioria das vezes o texto não legitimava tal
interpretação, o que gerou grandes problemas teológicos e legitimou o
autoritarismo do catolicismo medieval. Desse modo, havia muita espiritualização
na idade média, porém, Deus levantou vozes discordantes o que gerou a Reforma
Protestante.
Como fruto da
Reforma Protestante de 1517 surge o método gramatical-histórico o que legitimou
a interpretação do texto de modo mais claro, sério e comprometidos com a
analise históricos, sociais, geográficos e cultura dos tempos bíblicos, ou
seja, a hermenêutica reformada, movimento
que foi endossado nas sábias palavras de Calvino: “Orare e Labutare”. Portanto, houve um movimento de retorno às
escrituras impulsionado pela hermenêutica reformada o que gerou grandes frutos
na história da igreja, sendo que muitos ministros foram influenciados por este
movimento. Entretanto, com o passar do tempo, foram surgindo muitas escolas de
interpretação como a hermenêutica Intuitiva e a hermenêutica existencialista, o
que legitimou o surgimento do método histórico-crítico e que posteriormente fortaleceu
as bases da Teologia Liberal, fruto do existencialismo.
Portanto,
atualmente é imprescindível um retorno às bases da Hermenêutica da Reforma,
visto que, existe muita mistura principalmente no chamado movimento
neopentecostal, onde os líderes buscam interpretar um texto de modo
intencional, para justificar suas práticas “teológicas”, e assim vão tendo
atitudes que lembram e muito o catolicismo medieval, já outros líderes, acabam
se envolvendo em um racionalismo tão árido, que já nem sabem mais no que
acreditam. Ademais, nunca foi tão importante o resgate do equilíbrio na ação
interpretativa do texto, o que pode ser feito por meio do método gramatical-histórico,visto que, a interpretação de uma passagem bíblica não deve ser feito de acordo
com nossas premissas pessoais, mas, pelas regras de interpretação da
hermenêutica reformada, o que gera equilíbrio e espiritualidade pautada nas
escrituras.
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